[MÚSICA] Ola, nós vamos trabalhar nesse módulo o papel da liderança na gestão de pessoas. Nosso objetivo é analisar a importância da liderança na gestão de pessoas e esperamos que no final desse módulo, você compreenda a evolução do conceito de liderança e como a liderança é importante no engajamento da equipe. Para nós pensarmos o papel da liderança, é importante a gente olhar a evolução desse conceito no mundo e aqui no Brasil. Uma teoria intuitiva sobre liderança é a teoria dos traços, onde você acredita que as pessoas nascem, ou são socialmente formadas, e que é delas o exercÃcio da liderança. E essa teoria dos traços procurou identificar esses traços que caracterizariam então esses lÃderes, ou seja, as pessoas portadoras daqueles traços provavelmente seriam bons lÃderes, como se a gente pudesse, a partir dos traços, predizer aà que determinadas pessoas seriam bons lÃderes ali na frente. Essa teoria, ela se mostrou muito frágil e ela foi rapidamente revista, repensada, mas ela é muito intuitiva e até hoje isso tá muito presente no imaginário, no nosso imaginário de que determinados traços ou determinadas caracterÃsticas tornam, realmente, a pessoa mais propensa a liderança. Na sequência, fazendo contraponto com a teoria dos traços, vai se discutir que, na verdade, a liderança, ela é formada socialmente e, claro que as pessoas com determinados traços, elas têm muito mais oportunidades sociais de exercitar a liderança, reforçando então a ideia dos traços. Eu diria que hoje, a gente observa misto, na verdade, algumas caracterÃsticas vem realmente como inatas ou como socialmente formadas na primeira infância, mas também você tem desenvolvimento social da liderança na medida que você exercita isso diversos ambientes sociais e também na própria organização. Então, essa é uma teoria muito intuitiva do inÃcio do século 20, na década de 50, 60, no pós-guerra, há uma tentativa de se criar elementos para diagnosticar uma liderança com comportamento adequado para as organizações e, mas principalmente a busca, será então que eu posso desenvolver a liderança numa pessoa? Será que eu posso desenvolver na pessoa comportamentos mais adequados para o exercÃcio da liderança? Então vão surgindo muitas abordagens nesse sentido e talvez a mais conhecida seja do Blake e Mouton, que é o grid gerencial, o quanto você consegue conciliar o foco no trabalho, na produção e o foco nas pessoas e que, na verdade, o ideal seria fazer essa composição. Essas teorias, elas vieram para o Brasil muito fortemente na década de 60, 70. Nos anos 70, eu era jovem gerente e a empresa então tava me preparando. Então, eu fui fazer desses cursos de desenvolvimento de liderança e foi muito interessante, porque meus funcionários preencheram uma série de formulários ao meu respeito, tudo confidencial e daà eu levei esse material para a reunião e daà começou a se discutir. Então quando chegou ali no grid gerencial, eu achei que eu era uma pessoa que equilibrava muito bem a questão do foco nas pessoas e o foco no trabalho e tal e daà eu preenchi o meu questionário e deu que não, que eu não tinha muito foco nas pessoas, eu tenho muito foco no trabalho, na execução do trabalho. Eu falei: "Puxa, mas isso está errado". E daà eu abri naquele momento os questionários dos meus subordinados relação à quele assunto e dava a mesma coisa. Naquele momento eu levei choque, falei: "Meu Deus do céu!". Então, o objetivo era esse de ajudar a pessoa a ter esse diagnóstico e a partir dali se desenvolver ou pensar ações de desenvolvimento para você tem maior ou melhor equilÃbrio. Então, essas abordagens, elas tinham essa preocupação instrumental, de oferecer instrumentos para a empresa, oferecer instrumentos para o lÃder no seu aperfeiçoamento. A partir dali, vai surgindo também uma outra outro movimento teórico, que é chamado caminho objetivo que vem das teorias motivacionais para a liderança e essa linha tem dois desdobramentos. Desdobramento é uma teoria ainda muito apreciada, frame de muitas organizações chamada de liderança situacional. Função das caracterÃsticas dos seus liderados, você organiza a sua abordagem como lÃder. Por exemplo, eu tenho grupo muito verde, imaturo, eu vou ter que ser lÃder mais diretivo, construir esse grupo, dar confiança para esse grupo. Se eu sou lÃder de grupo mais maduro, eu tenho que ser lÃder que dou mais autonomia, que largo mais as pessoas no seu processo do dia a dia. Mas claro que as equipes não são homogêneas. Eu vou ter na minha equipe uma pessoa verde, que precisa muito mais do meu suporte e uma pessoa mais madura, que eu posso soltar mais. Mas também as pessoas vivem situações diferentes. De repente, eu tenho aquele meu subordinado que ele é super maduro, mas eu tô propondo para ele alguns desafios de ele lidar com alguns pontos de maior complexidade, eu tô delegando algumas coisas que eu faço para ele fazer e nesse aspecto ele é verde, nesse aspecto eu vou ter que ser lÃder mais apoiador, mais junto, mais orientador, porque ali ele não tem autonomia. Então, a ideia da liderança situacional é essa, de você adequar a sua abordagem função da pessoa, do momento que ela tá vivendo ou cima de algumas atividades mais crÃticas para a organização. E uma outra linha foi a liderança contingencial, que vai trazendo, além da discussão da equipe, o seu próprio estilo de liderança, a cultura da organização, o tipo de pressão que você tá recebendo, como compondo, então, essa liderança. Então, todos esses movimentos, eles são movimentos que a gente chama de liderança transacional. Na verdade, o que está por trás dessa liderança transacional é que você tá negociando com as pessoas a sua liderança. Quer dizer, então, eu tô dizendo: "Olha, você me aceita como lÃder, compensação, eu vou te oferecer segurança, estabilidade, oportunidades de desenvolvimento". Enfim, eu faço aqui uma barganha, uma transação para legitimar, então, a minha liderança. Então, esses movimentos vão sendo trazidos nessa linha mais transacional e dentro de uma realidade muito estática. A partir dos anos 80, a gente tem uma realidade mais dinâmica e essas abordagens de liderança, elas começam a não dar conta da nova realidade. É muito importante a gente perceber esses movimentos da liderança até de chegar na liderança transacional. [MÚSICA]