[MÚSICA] [MÚSICA] Olá pessoal, eu sou o Artur, eu sou o coordenador do Núcleo de Empreendedorismo da USP, e hoje eu vou trazer uma aulinha sobre cultura organizacional, os aspectos de cultura para startups, para o desenvolvimento de uma startup. Quando a gente fala sobre cultura, se você acessa desde a etimologia da palavra, assim, você vem para conceito de cultivar. Cultura e cultivar tem a mesma origem, que é realmente construir alguma coisa plantando coisas para colher algo maior. Na sociologia mesmo, cultura é muito definido pelos saberes e fazeres de uma sociedade e como é que isso reflete numa experiência acumulada da sociedade. Então, por exemplo, quando você fala que alguém é culto, está ligado a isso, a essa questão de acumulou muitos saberes e fazeres. E aÃ, como que isso reflete pouco no contexto de startups? Eu acho bem legal, tem paralelo que pouca gente faz quando fala cultura, que é cultura e experiência do usuário. Assim, saiu estudo recente, acho que nos últimos três, quatro anos, saiu estudo da Nielsen, que eles falam que experiência do usuário é muito mais todo o ponto de contato que você tem com o usuário, toda a história do usuário relação à sua empresa, não é só a interface, tela, é muito mais do que isso. Toda a experiência que o usuário tem com aquela marca faz parte da UX, e aà a cultura, ela acaba desempenhando um papel muito grande, porque isso reflete a maneira como você trata os funcionários eles vão tratar o seu usuário. Muitas vezes isso vai refletir na marca, na imagem da empresa, e aà esse estudo da Nielsen ele falava muito essa relação de como a cultura de uma empresa influencia na experiência do usuário, como todos os pontos de uma empresa afetam, e uma coisa muito é que legal lá fora se fala muito que quando se fala de UX, você fala muito de evangelizar toda a empresa pro UX da startup ou do produto, que é pouco isso, de você fazer com que todos da empresa estejam alinhados, que todos os saberes e fazeres da empresa estejam alinhados para servir o usuário, para fazer algo maior para o usuário. Então, cultura está ligado a tudo o que você faz e que você sabe, e isso reflete muito toda a história do seu produto. E aà a gente pode ter o exemplo, por exemplo, da Uber. A gente tem o exemplo da Uber que é sensacional, uma cultura, pelo menos há um, dois anos atrás, teve esse fenômeno de cultura tóxica dentro da Uber, e como que problemas internos, a maneira de você tratar o funcionário internamente, a maneira como os valores não estavam alinhados foi destruindo a imagem da empresa, como isso foi transbordando diversas vertentes. Teve escândalo de funcionário revelando monte de coisa e isso já queimou a imagem da empresa. Isso refletia muitas vezes na experiência do produto mesmo, você tinha algum problema com o aplicativo, você entrava contato e ninguém te dava atenção. Isso é UX e isso é diretamente ligado à cultura. E aà você teve até problema do CEO sendo visto tratando mal motorista. Então, tudo isso é reflexo da cultura no fim do dia de uma startup que é o serviço que você presta para o usuário, a dor que você resolve para o usuário. Quando a gente fala de cultura, à s vezes parece algo muito, muito etéreo, muito abstrato. " mas eu tenho que trabalhar minha cultura, não sei o que fazer". E, no fim do dia, é um pouco de todos os saberes e fazeres de uma startup. E aÃ, no começo de uma startup, a cultura, os valores, está no coração de todo mundo. A gente fala que, cara, no começo, são dois três heróis, tocando a empresa, então, é muito bem partilhado, essa paixão, esse cuidado com o usuário, a maneira de construir o produto, tudo isso, todo mundo sabe o que fazer, todo mundo tá super alinhado e não tem nenhum problema. Mas quando a organização vai crescendo, ela passa a perder essa comunicação, os funcionários já não conseguem mais responder à quele sonho inicial e aà isso vai ficando cada vez mais dependente da cultura, desse conjunto organizado. E aà se fala que você precisa já ter mais postulados explÃcitos, assim, você precisa ter mais elementos explÃcitos que falam o que que a gente faz, como que a gente faz, o que que a gente acredita, como que você tem que tratar o cliente, como que a gente se comunica internamente, tudo isso faz parte da cultura. E aà a empresa vai crescendo e vai dependendo mais desses postulado explÃcitos, dessas afirmações quase que visÃveis mesmo, tangÃveis, sobre o que que a gente faz. E aà o que que você começa a ver na parede? "Missão da empresa é fazer isso e aquilo. Nossos valores são esses e esses". Uma parte é para fora, para o mercado entender o que faz, para os investidores, mas muito é para dentro, muito é para o alinhamento interno. "A gente acredita nisso, a gente faz isso, nosso sonho é esse". A Johnson & Johnson tem o nosso credo que deve ter uns 50 anos, até mais, não tenho muita ideia de quanto tempo tem, e norteia a Johnson até hoje. Tem gente que é demitida internamente por não estar alinhada com o nosso credo. [MÚSICA]