[MÚSICA] Nesta aula vamos falar sobre a importância de observar o futuro como uma resposta para a inovação. As organizações querem identificar o seu oceano azul, suas oportunidades de crescimento e desenvolvimento de mercado e, para que isso aconteça, é muito importante sair desse olhar do dia a dia, do presente apenas e começar a olhar para o futuro e, no futuro, a gente pode se deparar tanto com tendências quanto com sinais fracos e essa é uma diferença não muito sutil, mas que muitas organizações podem acabar se levando e se deixando encaminhar pela tendência muito mais do que pelo sinal fraco, até mesmo pela dificuldade de ouvi-lo e, pensando tendência e sinais fracos, qual é a diferença? Uma tendência ela é aquilo que leva alguém a seguir determinado caminho, a agir de uma certa forma, com uma predisposição e uma propensão, essa, inclusive, é uma definição do Oxford Languages. Nesse sentido, uma tendência, normalmente, já é algo que está sendo seguido por uma série de players dentro de ecossistema corporativo, de ecossistema de tendências sociais e globais e, muitas vezes, aquela organização que está olhando apenas a tendência, ela já pode chegar atrasada e não perceber o movimento de mudança e inovação e transformação que aconteceu, inclusive, antes, então como eu olho para tendência, percebo se ela é algo que eu já estou chegando tarde ou ainda percebo outro movimento mais sutil que pode me trazer a vantagem competitiva? Esse movimento é o que a gente chama de sinais fracos e o que é sinal fraco? Ele é uma informação aparentemente aleatória, desconectada, que a princípio parece ser ruído lá no fundo, que pode não fazer muito sentido, mas que ao longo do tempo pode fazer toda a diferença que a gente consegue entender que aquele sinal fraco aparentemente não fazia algum sentido porque, no contexto analisado, ele não demonstrava ser uma ameaça, pode se tornar, inclusive, disruptor de negócio e, inclusive, pode se criar padrões significativos que novos contextos podem representar uma novidade surpreendente, desafiadora e significativa, então, sinal fraco ele precisa ser monitorado continuamente e muito de perto, assim que surgem as disrupções, é quando a gente percebe sinal fraco e a sua tendência a criar valor e a criar uma grande relevância para a sociedade, do ponto de vista de negócios, do ponto de vista social, ambiental e tecnológico que podemos entender que esse sinal pode ser explorado como uma oportunidade de negócios, uma possibilidade de disrupção e de identificação de oceano azul de oportunidades para uma organização inovadora e por que a gente tem dificuldade de reconhecer sinal fraco? Muitas vezes a organização acaba chegando quando já virou uma tendência, porque o sinal fraco ele tem uma análise incompleta de dados, as informações elas não estão 100% disponíveis e dispostas para que a gente possa, simplesmente, analisar e identificá-la rapidamente. Nós também temos uma questão de pensamento de grupo induzido, as organizações, pela sua cultura, pelos seus valores, elas podem acabar se fechando alguns conceitos e acabar criando alguns vieses que não necessariamente eles são conscientes, podem também ser inconscientes e dificultar essa nossa oportunidade de enxergar além da bolha, de perceber o que existe além desse contexto atual, desse contexto presente. O nosso cérebro também tem a mania de fazer inferências, porque ele trabalha com base histórica, com tudo que a gente já conheceu como experiência, como a gente mesmo já falou no tema de agilidade, o passado ele é uma construção do nosso histórico e das nossas experiências, então, muito rapidamente o nosso cérebro tende a formar a sua própria opinião sobre uma variável, que não necessariamente represente a verdade, por não ter as informações suficientes, a gente também pode ter essa dificuldade, a própria ambiguidade que os sinais fracos têm por característica e por uma visão de silos, muitas vezes a gente tem a informação disponível, entretanto ela está fragmentada vários departamentos de uma organização, além disso, nós temos também, como seres humanos, a tendência de buscar reforço e validação para as nossas próprias hipóteses, então essa busca por confirmação pode acabar nos levando a nos enganar e a perceber que sinal não necessariamente ele tem o valor e a devida relevância que deveria ter, quando na verdade pode ser uma observação totalmente contrária. Quando a gente pensa sinais fracos, por exemplo, é muito relevante para a sobrevivência de negócio. Aqui a gente traz alguns exemplos clássicos, de histórias como Blackberry, por exemplo, que, ao perceber que a visão de transformar o computador algo portátil e mudar a forma como o telefone é interpretado fez grande sucesso no mundo corporativo, entretanto eles não tiveram a mesma facilidade de enxergar o movimento que a Apple estava fazendo quando ela desenvolveu o iPhone, uma tecnologia touch e que, até então, se demonstrou como o modelo vencedor, que todos os smartphones passaram a ser construídos nesse modelo e ele acabou, alí, perdendo a sua hegemonia, perdendo toda a sua capacidade de desenvolvimento de negócios, inclusive no mundo corporativo. Quando a gente pensa também nas TVs, as emissoras de TV, inclusive aqui no Brasil, tiveram grande impacto, porque demoraram pouco para perceber o quanto os serviços de streaming faziam sucesso e estavam realmente tomando e fazendo parte de novo mercado que se criava. Toda programação sob demanda, essa facilidade e conveniência de conseguir ver o programa que você quer, na hora que você quer, inclusive transmissões ao vivo passaram a ser transmitidas todas pela internet, criaram uma nova forma de se comunicar e de entreter as pessoas e que, hoje dia, as grandes operadoras estão aí sofrendo bastante, justamente pela dificuldade de encontrar modelos que possam ser próximos e hoje ainda existe alguma hegemonia sobre algumas empresas, entretanto elas já estão movimento, pouco atrasadas até, de entender e impulsionar o streaming como uma facilidade do ponto de vista do entretenimento do seu consumidor. A gente também percebe movimento da Editora Abril e tantas outras empresas, que não vale a pena nem mencionar uma organização específica, mas toda a mídia impressa sofreu muito com a questão das mudanças do mundo das mídias digitais para o impresso, então essa revolução acabou trazendo impacto muito grande para os negócios e a gente também tem exemplos muito positivos, de organizações que olham para o sinal fraco e conseguem interpretá-lo e reagir de uma maneira rápida. A gente tem a Amazon, que começou vendendo livros na internet nos anos 90 e que hoje é uma grande plataforma multisserviço que tem como foco atender a necessidade do consumidor, então, mais do que isso, ela está atenta o tempo inteiro à necessidade, às novas demandas e adaptando seus produtos e serviços para que essa realidade possa sempre ser relevante para o cliente final. A gente tem a própria Microsoft, que demorou pouco mais para perceber o sinal fraco das mudanças dos serviços cloud, de todo o processo de modernização das plataformas que estavam sofrendo, alí, por outros players de tecnologia, mas pela hegemonia que já possuía no mundo corporativo, ela teve a resiliência e capacidade de se reinventar e conseguir manter, alí, a sua posição como uma das líderes de mercado, inclusive sendo uma das organizações mais valiosas no mundo, bem como a Disney, que ao longo do tempo trabalha toda essa questão do sonho, do entretenimento e vai se adaptando, seja adquirindo novos players no streaming, produzindo filmes, produzindo experiências diferentes que ainda trabalham o encantamento do cliente e a sua necessidade de acordo com a realidade e com o produto que vai sendo consumido, seja nos parques, seja no entretenimento casa, seja no consumo dos produtos Disney, está sempre alí observando o próximo passo, a próxima necessidade do cliente e entendendo as oportunidades de negócio que podem ser exploradas e é assim que a gente consegue separar sinal fraco, analisá-lo e absorvê-lo como uma oportunidade de negócios, tanto para a sua sobrevivência quanto para uma disrupção. [MÚSICA]