[MÚSICA] [MÚSICA] Olá pessoal, bem vindos a mais tópico do nosso curso de Pensamento Crítico Lógica e Argumentação. Então, nesse tópico nós vamos ver como a emoção pode ser negativa as vezes, aí a emoção fora de hora complica. Veremos como o apelo à emoção é dos principais inimigo da argumentação. E o uso incorreto da emoção leva a várias falácias, por exemplo, uma falacia, eu vou descrever aqui algumas das falácias mais conhecidas ligadas ao uso incorreto da emoção. O apelo à misericórdia, o apelo ao medo, apelo ao despeito, o argumento por afetividade. Só para dar exemplo de alguns mas tomando cuidado de esclarecer que nem sempre a emoção é incorreta, ela também pode ser a origem de bons processos de decisão. E saber distinguir qual caso você está, saber distinguir os casos depende de muita atenção de análise. Você tem que analisar de novo eu lembro que a argumentação se baseia na linguagem, na lógica e no bom senso. Aqui você tem que usar o bom senso para distinguir bom caso do outro. Então, a demasiada emoção, a argumentação racional é o ponto de equilíbrio entre a dureza da lógica indiferente a emoção, e as emoções adequadas. Demasiada emoção é uma forma de tentar persuadir sem argumentos. É método que geral é usado por pessoas sem razão por demagogos, por políticos populistas e coisas desse tipo. Outras palavras é o método do qual se acusa a retórica. A retórica é numa acepção contemporânea é vista como negativa, é vista como alguma coisa que é acusada de usar indevidamente alguns casos, pelo menos, a emoção no lugar errado. Vamos dar alguns exemplos aqui, vamos começar com apelo à misericórdia. Definição, apelo à misericórdia. É uma falácia que procura convencer-nos a aceitar algo pelas razões erradas. Por exemplo, suponha que a Clara diga o seguinte, "Professor, você deveria aprovar o João," e o professor diga, "Por quê?" E a clara responde, "Porque ele está com problema familiar complicado, e se não for aprovado vai se sentir ainda pior." Então, a Clara está tentando formular argumento para convencer o professor, mas esse argumento é completamente deficiente. Para que ele seja argumento forte temos que acrescentar a seguinte premissa, devemos aprovar os alunos de quem temos pena. Então, é claramente apelo à misericórdia. A única maneira de tornar esse argumento forte, ou tentar colocar esse argumento como algo forte é acrescentar esse tipo de premissa, mas essa não é uma razão aceitável, só apela à misericórdia. Então, é apelo à misericórdia e não. É argumento irreparável esse da Clara e não constitui bom argumento. Outro é o apelo ao medo. Argumento, o apelo ao medo ou tática terrorista se só pode ser reparado acrescentando-se uma premissa que diga aproximadamente o seguinte, você deve pensar ou fazer X se tem medo de Y. Aí colocando X e Y como as coisas que interessam no caso. Por exemplo, alguém diz assim, "A criminalidade continua a aumentar, o governo nada faz. A impunidade dos que roubam, matam e violam tem que acabar. Vote no PFU Partido da Família Unida." Qual é o argumento por trás disso? O PFU deveria explicar o tal do PFU deveria explicar o seu plano de governo para diminuir a criminalidade, não somente amedrontar os eleitores. Então, aí está usado, isso é muito usual política na época das eleições você vê muito esse tipo de coisa. Ou ele deveria fazer alguma coisa racional e não botar medo nos eleitores para que votem no tal PFU. Apelo positivo ao medo. Nem sempre o apelo ao medo é alguma coisa que deve ser desprezada. O medo pode constituir fator legítimo na nossa tomada de decisões, por exemplo, suponha que a Joana diga o seguinte ao Pedro, "Você não deveria dirigir tão rápido com esta chuva," e o Pedro pergunta "Por quê?" A Joana responde, "Porque as estradas ficam escorregadias com chuva, e podemos ter acidente grave." Apesar de ser argumento que apela ao medo, aqui nesse caso é aceitável. De fato a premissa não formulada é perfeitamente plausível. A premissa não formulada nesse caso é a seguinte, você deve dirigir bem mais devagar do que o limite de velocidade se tiver medo de acidente grave. E claramente devemos ter medo de não tem nada de errado nesse caso. Então, esse é caso positivo de apelo ao medo. Como eu disse, nem sempre a emoção é algo desprezível, ou que deve ser rechaçada. Ela deve ser bem usada. O outro caso negativo agora, voltando ao aspecto negativo é o apelo ao despeito. O apelo ao despeito é argumento que usa, ou que só pode ser reparado acrescentando-se uma premissa que diga aproximadamente o seguinte, você não deve pensar ou fazer X se está irritado, se está irritado com o que Y fez ou pensou. Os apelos ao despeito baseiam-se no princípio de que duas injustiças fazem uma justiça, o que não é o caso. Não é? Por exemplo, alguém diz o seguinte, "Você concorda dar Bolsa Família a esse pessoal que não trabalha? Enquanto isso nós pagamos cada vez mais impostos." O erro aqui é que nem sempre quem precisa de ajuda não trabalha porque não quer. Ele pode não ter conseguido emprego, ou ganhar muito pouco, então não é verdade que só está recebendo o Bolsa família ou algum tipo de ajuda porque não trabalha é vagabundo. Ele pode não ter conseguido o trabalho porque não tem trabalho para todo mundo. Então, se você acha que paga muito imposto não culpe os que precisam por causa disso. O apelo ao despeito que está, não tem como reparar esse argumento. Ou então outro exemplo que diz o seguinte, "o candidato," alguém está defendendo candidato certo momento "O candidato está correto não querer debater ao vivo na televisão, porque o presidente anterior também não debatia com ele." Esse é o típico caso de erro justifica outro. Erro não justifica o outro, então é apelo ao despeito. Simplesmente eu estou irritado com o presidente anterior ou candidato anterior porque ele não debatia então, isso não pode ser motivo porque eu não vá ou que alguém não vá debater também na televisão ou na imprensa. Argumento afetivo. O que que é argumento afetivo? Argumento que usa ou que só pode ser reparado acrescentando-se uma premissa que diga aproximadamente o seguinte. Você deve pensar ou fazer X se isso lhe faz se sentir bem. Exemplo, "Eu mereço ser aprovado, professor. Gostei muito das suas aulas e gostei tanto da matéria que seria uma pena não poder ser aprovado." O professor aí no caso poderia até se sentir tentado a aprovar o estudante para se sentir bem. Mas a premissa não formulada que tornaria esse argumento mais forte é o seguinte, você deve fazer algo independentemente de ser justo ou não, se isso lhe faz se sentir bem. Mas essa premissa é inaceitável porque você se sentir não é argumento, não é razão o suficiente para que alguma coisa seja razoável. Para que seja bom argumento. Outro tipo de uso negativo da emoção é o chamado argumento caprichoso. É argumento afetivo que tentamos nos convencer a nós próprios. Por exemplo, alguém pensa o seguinte, tentando se enganar no bom sentido. "Eu sei que vou conseguir a vaga, tenho certeza que eles vão ficar impressionados com a minha inteligência. Só tem 50 candidatos, certamente eu sou o mais inteligente, e o mais adequado à vaga." Então, se a nossa reação ao argumento é continue a sonhar, continue sonhando, ele é quase certamente argumento caprichoso. Quer dizer, está bom. Continue pensando, continue esperando que você vai ver onde chega. Então, seria a emoção sempre mau argumento? Não necessariamente. O apelo é a emoção é mau argumento se ele for a única afirmação que sustenta à conclusão, mas não for suficiente para justificar a conclusão. Por exemplo, vamos dar outro tipo de exemplo aqui. Devemos ajudar a campanha de solidariedade de alguma coisa. A anos essa campanha vem desenvolvendo perfeitamente bem sua missão distribuído muito bem os recursos. Todas as pessoas que não tem condições mínimas de vida nessa crise merecem nossa ajuda. Esse argumento usa o apelo à piedade, mas ele é legítimo porque o apelo à piedade é apenas uma parte da justificação da conclusão, não é a única. Ela está ajudando de alguma maneira. Então, é apelo emocional, mas não é mal. Nesse caso ele está sendo usado para uma boa causa. Compare com outro caso que diz o seguinte. Compare com o anúncio televisivo que exibe uma criança que uma certa organização afirma ter ajudado ouvindo-se depois uma voz que diz, "Ajude você também" sem explicar porquê. Nesse caso o apelo a piedade é ilegítimo, porque o apelo se baseia unicamente na piedade e mais nada. Nada nos diz sobre a forma como essa organização usa esse dinheiro arrecadado. Talvez o próprio fato de gastar tanto anúncios televisivos seja mal indício entre as prioridades dessa tal organização. Mas isso seria apenas uma pista, uma evidência, e não seria também o argumento da nossa parte, mas seria uma pista para que nós tenhamos pouco de cuidado com essa, com essa tal organização. Bom, enfim, esse tópico tentou mostrar que a emoção é geral muito negativa mas não é necessariamente péssima, ou algo que tenha que ser excluído. Ela pode até ser usada de maneira positiva caso ou outro mas se não tomar cuidado quase sempre ela tem uso negativo e ela piora os nossos argumentos, e nós temos que ter cuidado também quando alguém, outra pessoa ou nosso oponente está tentando usar esse tipo de apelo negativo da emoção contra nós próprios. Temos que tomar cuidado dos dois lados. Muito obrigado pela atenção, e aguardo vocês no nosso próximo tópico. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA]